Criado para suprir iPod, serviço fatura 326% mais que venda de aparelho.
Plataforma já vendeu mais de 25 bilhões de canções desde o lançamento.
Se a indústria da música começou a ruir em 1999 com o Napster, programa
de compartilhamento de arquivos pela web, foi somente quatro anos mais
tarde que encontrou um alento quando o iTunes foi lançado.
O serviço de venda digital de canções da Apple
completa dez anos neste domingo (28). Criou uma forma viável de
conciliar a internet e o comércio de música. Depois vieram podcasts,
livros, filmes, livros e aplicativos.
Com isso, a Apple apresentou um modelo próprio de cobrança por conteúdo
na internet. Respondendo por faturamento de US$ 4 bilhões em 2012, a
internet, que antes só sangrava os bolsos da indústria, hoje é
responsável por 57% da arrecadação de todas as vendas de música, segundo
relatório da RIAA (associação das gravadoras).
Mas a história começou modesta em 2003. Apesar de a Apple já ter
acordos com gigantes como EMI, Warner, Sony e BMG, o serviço foi lançado
com apenas 200 mil músicas, a US$ 0,99 cada, e só para computadores
Mac.
A mais ouvida na época era “Stuck in a Moment”, do U2. (Lembra? Não? Veja aqui), e o álbum mais vendido era “Sea Change”, do cantor Beck. Na semana de estreia, mais de um milhão de músicas foram vendidas.
Mais robusta atualmente, a loja conta com 26 milhões de músicas, 130
vezes o catálogo inicial. Em fevereiro deste ano, o iTunes atingiu a
marca de 25 bilhões de downloads. Segundo o vice-presidente da Apple
para a área de software e serviços, Eddy Cue, a média é de 15 mil
músicas baixadas por minutos.
Nesses dez anos, a loja se expandiu para 119 países e chegou ao Brasil em dezembro de 2011,
com músicas por US$ 0,99 e álbuns por US$ 9,99. A plataforma atingiu
tal importância que o catálogo digital dos Beatles foi lançado na
íntegra em 2010 pela primeira vez na internet lá.
Desenhado para abastecer o iPod, maior tocador de MP3 do mundo e
carro-chefe da Apple em 2003, o serviço acabou o superando em
importância.
Enquanto o iTunes faturou US$ 4,1 bilhões no primeiro trimestre deste
ano, 30% a mais sobre o período de janeiro a março de 2012, as vendas de
iPods caíram 20%, para US$ 962 milhões.
Apesar do pioneirismo, há a crítica de que a forma como ocorre o
comércio na loja da Apple prejudica outras empresas. A companhia
norte-americana enfrenta três casos de competição desleal relacionadas
aos conteúdos comercializados pelo iTunes.
Em processos abertos em 2005, 2006 e 2007, os reclamantes alegam que o
formato de vídeos e filmes vendidos pelo serviço fazem com que a empresa
exerça um monopólio, pois impedem que sejam executados em outros
aparelhos além do iPod (iPhones e iPads ainda não existiam). As ações
ainda correm na Justiça dos Estados Unidos.
Fonte: G1